Semente de Vulcão, Caapora, Anjo Gabriel, Feiticeiro Julião, Tagore, Quarto Astral e Dunas do Barato têm se destacado no cenário local com resgate do udigrúde
Uma nova cena de músicos
recifenses vem chamando bastante atenção desde o final de 2011. São jovens que
abandonaram a sombra do manguebeat e mergulharam de cabeça no udigrúdi e no
desbunde da década de 1970. Nomes como Semente de Vulcão, Caapora, Anjo Gabriel,
Feiticeiro Julião, Tagore, Quarto Astral e Dunas do Barato têm suas músicas
marcadas por distorções de guitarra, improvisos, misturas de sonoridades e
temáticas que buscam a transcendência. Da Dunas, JuveNil Silva (assim com o “N”
em maiúscula mesmo, para acentuar a sua paixão pelo vinil) alcançou especial
projeção nos últimos meses, com o trabalho solo “Desapego”, lançado no início
de 2013.
A banda Dunas do Barato é um dos grupos que têm chamado a atenção para o cenário reconfigurado
Dos discos de Raul
Seixas, Sérgio Sampaio, Jorge Mautner, Pink Floyd, Beatles, Mutantes, Lula
Côrtes e Ave Sangria que ele ouvia no subúrbio de Dois Irmãos vieram as
influências que podem ser notadas na psicodelia das dez faixas autorais que
formam o álbum. Além dos riffs primorosos e das longas introduções, é preciso
prestar atenção às letras choramingadas pelo pernambucano, com seu sotaque
marcante. Músicas como “Hitchcock rock”, “Pomba Gira violeta”, “You’re not
alone”, “Meu freewheelin do Bob Dylan” e “De volta para o futuro em Recife”
revelam a vasta bagagem cultural de JuveNil e deixam claro: “Desapego” é uma
viagem - em uma Kombi colorida.
INGRID MELO, da Folha de Pernambuco
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