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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

MÚSICA / CINE: Marginais e polêmicos >> Sérgio Sampaio e Wilson Simonal

Os dois músicos são tema de debate e documentários exibidos hoje na Vila das Artes no projeto Cine Desbunde

Em comum, eles tinham a pecha de malditos da música brasileira pairando sobre suas cabeças criativas. Sérgio Sampaio (1947 - 1994), visto de forma enviesada pela imprensa e reduzido pelo público ao sucesso de "Eu Quero é Botar Meu Bloco na Rua". Wilson Simonal (1938 - 2000), hostilizado após ser acusado de delator durante a ditadura militar.

Wilson Simonal: documentário exibido em cineclube, na Vila das Artes, reconstitui a trajetória do artista, do estrondoso sucesso inicial ao ostracismo. Cantor de talento ímpar, ele era acusado de ter colaborado com a ditadura militar brasileira

A marginália distinta de ambos entra em foco na edição "Pilantras e Bandidos", do Cine Desbunde, projeto do grupo Provocações. Será exibidos, hoje, a partir das 19 horas, na Vila das Artes, os documentários "Simonal: Ninguém Sabe O Duro Que Dei", longa-metragem lançado em 2009, e "Um Sampaio Teimoso", curta de 2010.

"´Pilantra´ e ´Bandido´ eram dois adjetivos pelos quais eles eram conhecidos. O Simonal era muito conhecido como pilantra. A música dele foi batizada de ´pilantragem´. E bandido, era o Sérgio. A música bandida, marginal. Ele era incompreendido pela imprensa e era recorrentemente taxado disso", situa um dos organizadores da mostra, Antônio Viana.

Resultado disso, reforça, é que os dois nunca tiveram o devido reconhecimento, da importância, da influência do que fizeram dentro da música brasileira. "Muita gente não tem qualquer conhecimento deles. O Simonal representou um movimento na música brasileira. Muita gente foi influenciado por ele. E o Sérgio Sampaio, da mesma forma", defende.


Viana é um dos integrantes do Coletivo Provocações, que contam ainda com Carolina Capasso, Fernanda Brasileiro, Gisa Barros e Ravel Andrade. "A edição na Vila das Arte é uma oportunidade de atingir um outro público. Nosso coletivo tem atividade cineclubista há dois anos. E dentro dela, fazemos o Cine Desbunde, com documentários musicais brasileiros de artistas importantes mas desconhecidos", contextualiza.

Entre as exibições do grupo, já foram tema os Novos Baianos e os Doces Bárbaros. Eles promovem o Cine Desbunde desde 2012, com edições realizadas em espaços no bairro Benfica e Conjunto Palmeiras.

Maldição




Amanhã, Sérgio Sampaio estaria completando 66 anos. Nascido na mesma cidade de Roberto Carlos, Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo, o compositor seguiu uma linha completamente diferente de seu conterrâneo famoso. Era dramático em suas composições. Tinha por referências escritores como Kafka e Augusto dos Anjos e transitava pelas várias vertentes da música popular, do choro ao rock´n roll, passando pelo blues.

"Eu, por exemplo, trabalhei durante cinco anos gravando discos e adquiri um carma de maldito, que eu não concordo, absolutamente", lamentava Sérgio, em cena incluída no documentário "Um Sampaio Teimoso". O filme é dirigido pela publicitária Nayara Tognere e o jornalista Stéfano Fabris. A filmografia de Sérgio inclui ainda o longa "Cachoeiro em Três Tons", lançado em 1990, retratando a família de Sérgio, também enquadrando seu pai, Raul Gonçalves Sampaio e primo de Raul Sampaio (parceiro de Roberto Carlos).

Mesclando imagens de arquivo da família Sampaio a entrevistas de músicos e amigos de Sérgio, o filme questiona o título de maldito. Artistas que também receberam esse "carma", Jards Macalé e Luis Melodia, amigos de Sérgio, estão entre os entrevistados. "Um: amaldiçoado. Dois: que exerce influência nefasta ou sinistra. Três: que tem muito má índole. Cruel, perverso", argumenta Macalé, lendo verbete o "maldito" no dicionário. "Quem vai carregar um negócio desses, cara?", completa, denunciando o quanto o rótulo foi nocivo a Sérgio.

O capixaba estreou em LP ao lado de Raul Seixas, Miriam Batucada e Edy Star, no polêmico "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das Dez", lançado em 1971, pela CBS. Sua discografia constam ainda o disco "Eu Quero é Botar Meu Bloco na Rua" (1973), produzido por Raul Seixas, e "Sinceramente" (1982).



Assista ao vídeo: Um Sampaio teimoso

Traidor

Maldição diferente recaiu sobre Wilson Simonal. O cantor foi sucesso nas décadas de 1960 e 1970, chegou a comandar um programa na TV Tupi. Durante essas duas décadas, lançou 19 Lps. Na década de 1980, foram apenas dois. O cantor foi praticamente banido da música brasileira após ser associado à tortura de seu contador à época, acusado de ser informante dos órgãos de repressão.

"Simonal: Ninguém Sabe O Duro Que Dei", filme dirigido por Micael Langer, Calvito Leral e o casseta Cláudio Manoel recompõe a trajetória do músico desde a infância até sua morte, em 2000. O filme resgata imagens de shows, participações em TV e cenas do noticiário da época, além de entrevistas com figuras como Chico Anysio, Pelé, Toni Tornado e seus filhos Simoninha e Max de Castro.


Mais informações:
Cine Desbunde - Pilantras e Bandidos. Hoje, a partir das 19 horas, na Vila das Artes (Rua 24 de Maio, 1221 - Centro). Gratuito. Contato: (85) 3252.1444

FÁBIO MARQUES
REPÓRTER  - Diário do Nordeste

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