José Pimentel, veterano, vive Jesus há 36 anos. Sua interpretação é boa. A sua dicção e sua voz grave impõem força e emoção ao seu papel. O ator também acerta na composição gestual, sem pecar em excessos. Em teatro ao ar livre, para um grande público, o exagero de expressões costuma ser o maior erro de atores. A experiência de Pimentel lhe permite o acerto.
No elenco principal da Paixão de Cristo, ganham destaque as interpretações dos já conhecidos Reinaldo de Oliveira, como Herodes; e Renato Phaelante, como Caifás. A jovem atriz Angélica Zenith tem uma desenvoltura boa no papel de Maria. Ela transmite a emoção da cena, com uma boa voz. No entanto, a diferença de idade entre Angélica, que tem pouco mais de 20 anos, e de Pimentel, que tem 78, dificulta o convencimento. Há dois anos, a mãe de Jesus era interpretada por Vanda Phaelante.
Os cortes do roteiro da Paixão de Cristo deste ano foram feitos para diminuir o tempo de espetáculo e dar um ritmo mais rápido à encenação. Acertada opção, que deu fluidez à peça. Porém, os ajustes terminam afetando. No caso da cena da última ceia, as pausas cênicas de Jesus quando consagra a hóstia e o vinho é muita curta, tirando a carga emotiva do texto.
A trilha sonora une canções instrumentais – iguais às usadas em Nova Jerusalém – e também músicas como Jesus Cristo, cantada por Maria Bethânia, e Erguei as mãos, do Padre Marcelo Rossi. A iluminação, embora com alguns atrasos, como na cena de abertura, com a anunciação da vinda do Messias, é bonita. Eficiente e bem resolvidos são os cenários, assinados por Otávio Catanho.
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