"...Liberdade,
essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda..."
(Romanceiro da Inconfidência)
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda..."
(Romanceiro da Inconfidência)
Filha de Carlos Alberto de Carvalho Meireles, funcionário do Banco do Brasil S.A., e de D. Matilde Benevides Meireles, professora municipal, Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu em 7 de novembro de 1901, na Tijuca, Rio de Janeiro. Foi a única sobrevivente dos quatros filhos do casal. O pai faleceu três meses antes do seu nascimento, e sua mãe quando ainda não tinha três anos. Criou-a, a partir de então, sua avó D. Jacinta Garcia Benevides.
Marcha (Cecília Meireles)
As ordens da madrugada
Romperam por sobre os montes:
Nosso caminho se alarga
Sem campos verdes nem fontes.
Apenas o sol redondo
E alguma esmola de vento
Quebram as formas do sono
Com a ideia do movimento.
Romperam por sobre os montes:
Nosso caminho se alarga
Sem campos verdes nem fontes.
Apenas o sol redondo
E alguma esmola de vento
Quebram as formas do sono
Com a ideia do movimento.
Vamos a passo e
de longe;
Entre nós dois anda o mundo,
Entre nós dois anda o mundo,
Com alguns vivos pela tona
Com alguns mortos pelo fundo.
As aves trazem mentiras
De países sem sofrimento.
Por mais que alargue as pupilas,
Mais minha dúvida aumento.
Com alguns mortos pelo fundo.
As aves trazem mentiras
De países sem sofrimento.
Por mais que alargue as pupilas,
Mais minha dúvida aumento.
Também não pretendo
nada
Senão ir andando à toa,
Como um número que se arma
E em seguida se esboroa,
- E cair no mesmo poço
De inércia e de esquecimento,
Onde o fim do tempo soma
Pedras, águas, pensamento.
Senão ir andando à toa,
Como um número que se arma
E em seguida se esboroa,
- E cair no mesmo poço
De inércia e de esquecimento,
Onde o fim do tempo soma
Pedras, águas, pensamento.
Gosto da minha palavra
Pelo sabor que lhe deste:
Mesmo quando é linda, amarga
Como qualquer fruto agreste.
Mesmo assim amarga, é tudo
que tenho, entre o sol e o vento:
meu vestido, minha música,
meu sonho e meu alimento.
Pelo sabor que lhe deste:
Mesmo quando é linda, amarga
Como qualquer fruto agreste.
Mesmo assim amarga, é tudo
que tenho, entre o sol e o vento:
meu vestido, minha música,
meu sonho e meu alimento.
*Quando penso no teu
rosto,
fecho os olhos de saudade;
tenho visto muita coisa,
menos a felicidade.
Soltam-se os meus dedos ristes,
dos sonhos claros que invento.
Nem aquilo que imagino
já me dá contentamento.
fecho os olhos de saudade;
tenho visto muita coisa,
menos a felicidade.
Soltam-se os meus dedos ristes,
dos sonhos claros que invento.
Nem aquilo que imagino
já me dá contentamento.
Como tudo sempre acaba,
oxalá seja bem cedo!
A esperança que falava
tem lábios brancos de medo.
O horizonte corta a vida
isento de tudo, isento…
Não há lágrima nem grito:
apenas consentimento.
oxalá seja bem cedo!
A esperança que falava
tem lábios brancos de medo.
O horizonte corta a vida
isento de tudo, isento…
Não há lágrima nem grito:
apenas consentimento.
Este poema de Cecilia Meireles teve *trecho adaptado pelo cantor Raimundo
Fágner e o resultado foi a belíssima canção “Canteiros”, que os brasileiros
conhecem.
Como sabemos,
a história toda começou em 1973, com Raimundo Fagner gravando no elepê de estreia
para a Philips a música Canteiros, até então creditada como sendo de sua autoria.
Com poucas unidades vendidas, o disco de início não logrou nenhum sucesso
comercial e foi tirado das prateleiras pouco tempo depois de lançado.
Leiam o poema, ouçam Fágner nesse vídeo
Fonte: Blog factivel
Cantigas e Cantos
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