Seguidores

Para Que Vim


Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

terça-feira, 26 de março de 2013

POESIA: Jorge de Lima, Poeta e escritor alagoano

Jorge de Lima (1895-1953) foi poeta brasileiro. Fez parte do Segundo Tempo Modernista. É autor de vasta obra poética, que oscila entre o formalismo, o misticismo e as recordações da infância e a figura do negro.
Jorge de Lima (1895-1953) nasceu em União dos Palmares, Alagoas, no dia 23 de abril de 1893. Filho de senhor de engenho, mudou-se para Maceió, em 1902. Estudou no Colégio Diocesano de Alagoas. Com apenas 17 anos, escreveu o poema "Acendedor de Lampiões". Estuda Medicina no Rio de Janeiro. Em 1914 publica "XIV Versos Alexandrinos", que foi sua estréia no mundo literário. Em 1919, retorna a Maceió, onde exerce a profissão e dedica-se à política.
A carreira poética de Jorge de Lima foi múltipla, iniciou-se no Movimento Parnasiano, e no final da década de 20 acercou-se de técnicas do Modernismo, em especial do verso livre. Reuniu as várias fases em seu poema, a epopeia barroco-surrealista "Invenção de Orfeu".

Fonte: e-biografias

Jorge de Lima via a poesia como um dom, como afirmou em 1958:

“Há poetas que fazem da poesia um acontecimento lógico, um exercício escolar, uma atividade dialética. Para mim a Poesia será sempre uma revelação de Deus, dom, gratuidade, transcendência, vocação.”



Poema XXVI – Canto I de Invenção de Orfeu

Qualquer que seja a chuva desses campos
devemos esperar pelos estios;
e ao chegar os serões e os fiéis enganos
amar os sonhos que restarem frios.


Porém se não surgir o que sonhamos
e os ninhos imortais forem vazios,
há de haver pelo menos por ali
os pássaros que nós idealizamos.


Feliz de quem com cânticos se esconde
e julga tê-los em seus próprios bicos,
e ao bico alheio em cânticos responde.


E vendo em torno as mais terrríveis cenas,
possa mirar-se as asas depenadas
e contentar-se com as secretas penas
.


A LÁGRIMA

Ao desgraçado, ao réu, ao pecador, que importa!
És um alívio presto, um conforto, um alento!
Quantas vezes oh! céus, a lágrima conforta
O que diz a Saudade e o que fala o Tormento!

Do desejo que nasce, à Paixão que está morta,
A lágrima completa o universal concento...
Atentai no meu estro: ela convence e xorta
Qual se fora um gemido, um soluço, um lamento!

Quando a voz titubeia, agonizante, louca,
E a paixão quer falar e se constrange e cala,
É a lágrima que diz o que não diz a boca...

A lágrima, meu Deus! que não tem voz nem fala,
É tão boa! parece um confidente mudo
Que, assim mesmo, sem voz e sem falar, diz tudo!

Jorge de Lima

Nenhum comentário:

Postar um comentário