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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

domingo, 31 de março de 2013

MÚSICA: Uma voz de menina e um violoncelo lançam a gaúcha Dom La Nena no cenário mundial


A violoncelista e cantora Dom La Nena lança seu primeiro disco
Foto: DivulgaçãoPARIS - Aos 23 anos, no tempo de um CD de 13 canções, Dominique Pinto alcançou notoriedade sob um nome artístico: Dom La Nena. A varinha mágica da metamorfose é o seu inseparável violoncelo, instrumento que carrega em suas costas como se fosse parte do corpo. Seu recém-lançado álbum de estreia, “Ela” (gravadora Six Degrees), de composições próprias cantadas com afinada voz de menina, foi acolhido com generosos elogios por parte da prestigiada crítica musical francesa e americana, seja da revista “Les Inrockuptibles” ou do jornal “The New York Times”. Nascida em Porto Alegre, seu idioma musical é o português, mas também canta em espanhol ou em inglês. Já viveu em Buenos Aires e hoje mora em Paris. Em cena, sua aparência infantil contrasta com a precoce maturidade musical.
No fim de março, Dom subiu ao palco da sala La Boule Noire, na capital francesa, para o show inaugural da turnê de seu CD, com lançamento previsto para julho ou agosto no Brasil, pela Som Livre. O público francês aplaudiu com entusiasmo sua performance e pediu bis.
— Foi superemocionante e gratificante. As pessoas escutavam e prestavam atenção como se compreendessem o que eu estava cantando — disse, dias depois, enquanto bebia um chá no bar Général Lafayette.
Canjas de Kiko Dinucci e Thiago Pethit
Sua voz suave envelopada por arranjos minimalistas e delicadas melodias, por vezes se assemelhando a canções de ninar (como em “Menina dos olhos azuis”), resulta numa música que ela mesma tem dificuldade em identificar:
— Não sei definir. Folk em português? Mas não é realmente folk. É um mistério para mim. Mas não faço questão de entrar numa gaveta.
No álbum, além de violoncelo, Dom La Nena toca piano, contrabaixo e violão. Participam ainda do disco o inglês Piers Faccini (que assina a coprodução), a cantora francesa Camille e os brasileiros Kiko Dinucci e Thiago Pethit. Suas letras remetem ao seu nomadismo da infância e à sua condição de estrangeira. Em “No meu país”, canta: “Não venho daqui/ não venho de lá/ não venho de nenhum lugar/ Não sei onde nasci/ não lembro onde cresci/ mas sei que sempre tive um lar”.
— Só vivi no Brasil na minha infância. Hoje, estou longe. Essas duas coisas estão muito ligadas. Em torno disso estão as letras no disco, do fato de me sentir sem pertencer a nenhum lugar. Adoro ser brasileira, mas não sei realmente se é a minha cultura, porque conheço mal o país. É quase uma vergonha para mim — admite.
Hoje ela escuta muito Tom Jobim, Chico Buarque, Novos Baianos, Dorival Caymmi (de quem canta “Morena do mar” no show); aprecia nomes da nova geração como Tulipa Ruiz, e também estrangeiros como Cat Power, Leonard Cohen ou a música francesa do grupo Noir Désir. Ao completar 4 anos de idade, a pequenina Dominique pediu para a mãe colocar o compositor Antonio Vivaldi (1678-1741) na lista de convidados para a sua festa de aniversário. “Foi quando aprendi o que significava morte”, relata. Aos 5 anos estudava piano em Porto Alegre e, aos 8, começou o aprendizado do violoncelo. Nesta época, se mudou com a família para a França, onde durante quatro anos e meio o pai cursou um doutorado em Filosofia.
— Aos 10 anos eu já sabia que queria ser violoncelista. Estava empolgada com o instrumento — conta.
O retorno a Porto Alegre foi difícil pela falta de perspectivas de estudos de cello. Mas sua persistência venceu. No anuário, achou o número de telefone em Nova York da violoncelista americana Christine Walevska.
— Eu era uma superfã dela, e liguei. Ela foi super querida, estava indo para a Argentina, fui encontrá-la, e ela me indicou um professor lá. Meus pais eram melômanos, me apoiaram, e aos 13 anos me mudei sozinha para Buenos Aires, para estudar no conservatório.
Na temporada argentina, era constantemente chamada de “la nena” (a pequena), por ser sempre a caçula de todos os grupos que frequentava, e de onde saiu a inspiração para “Dom La Nena”. Aos 18 anos, Dominique passou no teste da École Normale de Musique de Paris. De volta à França, os encontros musicais a levaram a participar da gravação em estúdio de um álbum da cantora Jane Birkin. Foi a sua primeira experiência fora do repertório da música clássica.
— Estava supernervosa, porque nunca tinha tocado sem partitura. E a Jane me convidou depois para a turnê do disco. Demos a volta ao mundo em dois anos, foi uma experiência incrível e muito rara.
As colaborações se sucederam: Etienne Daho, Camille, Piers Faccini, Sophie Hunger, Rosemary Standley (do grupo Moriarty). Suas primeiras composições surgiram nas férias em Porto Alegre. Sem pretensões e com sinceridade, diz ela, “meio que saiu o disco, na diversão”.
— Agora ficou sério o negócio — brinca.
Na semana passada, Dom passou por Nova York, Los Angeles e São Francisco para fazer a promoção do álbum. Sobre a mesa, já tem convites para participar de festivais internacionais. No final de maio, será a principal atração em outro teatro parisiense, o Café de la Danse. Em sua incipiente carreira, confessa:
— Estou apavorada.

FERNANDO EICHENBERG
O Globo

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