O Pink Floyd até então nunca tinha sido exatamente um campeão de vendagens. The dark side of the moon vendeu muito e em pouco tempo. No mês seguinte já era Disco de Ouro nos dois lados do Atlântico. Desde então nunca saiu das lista dos mais vendidos da Billboard. Estima-se que uma em quatro famílias a Inglaterra possua o álbum. Para o baterista do Pink Floyd há várias razões para o sucesso do álbum, além da qualidade da música, uma delas não poderia ser mais prosaica. A popularização de aparelhos de som estéreo. Nunca um disco de música popular veio tão recheados de efeitos especiais quanto The dark side of the moon (credite-se isto aos engenheiros de som Alan Parsons e Chris Thomas): “Dark side teve a sorte de servir como o disco que as pessoas usavam para testar as pontencialidades de seu som hi-fi estéreo”, comenta Nick Mason.
Depois de três discos viajados, em grande parte instrumentais, desde a saída do ex-líder do grupo Syd Barrett, os integrantes do Pink Floyd queriam gravar algo mais direto, objetivo. A face oculta da lua, tradução literal do título do álbum, começou a nascer no final de 1971, partir de fragmentos de canções. Time tinha um verso pronto, e um riff debaixo num inusitado compasso de 7/8. O arcabouço do repertório foi criado em pouco tempo, e recebeu o título de Dark side of the moon - a piece for assorted lunatics, com uma tendência a batiza-lo de Eclipse. Em meados de fevereiro de 1972, o Pink Floyd apresentou uma série de quatro shows no Rainbow, em Londres, com o rascunho das músicas do Dark side. O álbum foi sendo gravado ao longo do ano, com interrupções, para turnês, ou por outros projetos de disco. Entre o início e o fim da produção de Dark side of the moon, o grupo se ocupou no álbum Obscured by cloud, trilha do filme La vallée, de Barbet Schroeder e o filme Live at Pompeii.
O grupo voltou a Dark side of the moon a partir de junho de 1972, com o engenheiro de som Alan Parson, que havia trabalhado com George Martin e os Beatles em Let it be e Abbey Road. A gravação de Dark side of the moon coincidiu com novas ferramentas de estúdio, e uma outra geração de sintetizadores. Os métodos de gravação mudaram radicalmente, e o Pink Floyd foi o primeiro grupo a explorar estes novos recursos, e a estabelecer novos padrões na indústria. Na faixa On the run, por exemplo, utilizam pela primeira vez u sintetizador EMS SynthiA, que sucedeu o VCS3, fundamental para o desenvolvimento da música eletrônica. Dark side of the moon conseguiu equilibrar música pop com experimentalismos, e extraíram performances excepcionais de um músico quase amador, Dick Parry, sax tenor em Us and them e Money, além do elogiado vocallize da então desconhecida Clare Torry. O Pink Floyd gravaria discos até mais bem-sucedidos, The Wall, mas não voltaria a fazer um álbum tão popular de dimensões épicas, o equivalente no rock a 2001- uma odisseia espacial de Stanley Kubrik.
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