Radialista Ruy Godinho já escreveu três livros sobre o assunto

Paul McCatney
divulgaçao
Paul McCartney encontrava-se, em 1965, em seu quarto, na casa da namorada Jane Asher, em Londres, acordou com uma melodia na cabeça. Acho que ela se aparecia com alguma que já ouvira. Consultou amigos, e ninguém se lembrou de nada parecido. Ainda cismado, ele registrou a melodia num gravador, e deulhe o título provisório de Scrambled eggs (Ovos mexidos). Foi assim que nasceu a canção, que completaria mais tarde no Algarve, em Portugal, rebatizada de Yesterday.
A gênese da canção é um assunto que interessa ao paranaense, radicado em Brasília, o radialista, produtor Ruy Godinho, que já está no terceiro volume da série Então, foi assim Os bastidores da criação musical brasileira (Abravídeo, com patrocínios Bancorbrás, Sesc e Governo Federal). O livro pergunta e responde: Como surgiu determinada música? Asa morena, por exemplo, o maior sucesso da cantora paulista Zizi Possi, lançada em 1982, no álbum é composição de Zé Carapídia. José Luiz Fernandes é o nome de batismo de Zé Carapídia, o misterioso autor de Asa morena. Nem tão misterioso assim, para quem frequenta a boêmia de Porto Alegre, onde ele pode ser encontrado com o violão, fiel companheiro, disposto a mostrar outras composições que fez.
O "Carapídia", vem de "cara de piá", ou "cara de índio". "Quando a música estourou passou a ser de "Caradipiá", que os locutores de rádio chamavam de "Caradipia". "As pessoas me chamavam cara de pia porque desconheciam coisas do nosso folclore, da nossa linguagem. Aí eu botei o acento para diferenciar de cara de pia. Ficou Caradípia" , explica o autor. O Então foi assim também é nome de programa de rádio, na Rádio Nacional FM, de Brasília, e retransmitido para 220 emissoras país afora, no terceiro volume traz 44 canções e suas histórias. Na verdade, cada uma é também uma entrevista com o autor, que resume sua trajetória antes de chegar a música enfocada. Clube da esquina 2 (Lô Borges, Milton Nascimento e Márcio Borges), Cajuína (Caetano Veloso), Deixa a vida me levar (Serginho Meriti), Beijo partido (Toninho Horta), Vira virou (Kleiton e Kledir), Casa no campo (Tavito e Zé Rodrix), Caderno (Mutinho e Toquinho) e Telegrama (Zeca Baleiro) são algumas das canções que têm origens desvendadas no livro.
Nascem de uma paixão não correspondida, ou demasiadamente correspondida, do acaso (Vital Farias inspirouse para fazer Saga da Amazônia de páginas soltas da extinta revista Realidade), ou simplesmente de episódios prosaicos, como aconteceu com o clássico do Carnaval brasileiro, a marchinha Cabeleira do Zezé, de João Roberto Kelly e Roberto Faissal.
José Teles
JCOnline
Nenhum comentário:
Postar um comentário