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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

sábado, 30 de maio de 2015

Poesia: "Viver na roça é assim", um poema de Carlos Aires


VIVER NA ROÇA É ASSIM

Às quatro e meia levanta
Para cuidar da ordenha;
Faz o fogo e lasca a lenha,
Pra fazer almoço e janta,
Vai para o roçado e planta,
Feijão, milho, amendoim,
Fava, batata e capim,
Jerimum, alho e verdura,
Pra que garanta a fartura,
Viver na roça é assim.

Joga milho no terreiro
Para as galinhas e o galo,
Bota reação pra o cavalo,
Ceva o porco no chiqueiro,
Chama o cachorro trigueiro,
Cujo nome é “arlequim”;
Irriga um pé de jasmim,
Pra que brote a flor cheirosa,
Também rega o cravo e a rosa,
Viver na roça é assim.

Para enrolar o cigarro
Usa uma palha de milho;
Bate a enxada no trilho,
Pega a quartinha de barro;
Logo atrela os bois no carro,
Todo dia faz assim;
Convida o filho Crispim,
E juntos vão pra campina,
Para cumprir a rotina,
Viver na roça é assim.

Monta no velho alazão
Que se chama “pirilampo”
E vai percorrer o campo,
Pra cuidar da criação;
Vai buscar um boi ladrão,
Que tem instinto ruim;
Quando encontra o bicho, enfim,
Leva e prende no curral,
Confinando o animal,
Viver na roça é assim.

Quando chega o São João
Muito alegre o povo fica;
Sobra pamonha e canjica,
Cachaça, vinho e quentão;
Na frente do casarão,
A fogueira faz festim,
Quando acende o estopim,
Explode o som da roqueira,
Que ecoa na cordilheira;
Viver na roça é assim.

Dezembro se aproxima
Já se pensa num renovo,
Pra natal e ano novo,
Todo pessoal se anima;
Começa esquentar o clima,
Surge alegria sem fim;
Tuba, pistão e clarim,
Garante a animação,
Logo após a procissão,
Viver na roça é assim.

O camponês no domingo
Sempre comparece a missa;
E sem que haja cobiça,
Vai a quermesse ou ao bingo,
Bem vestido qual um gringo,
Usa uma roupa de brim;
Talvez ele esteja afim,
De arranjar uma donzela,
Pra depois casar com ela,
Viver na roça é assim.

Do campo sinto saudade
Daquela vida modesta,
Bem no meio da floresta,
Longe da modernidade,
Na maior tranquilidade,
Sem revolta nem motim;
A maciez do cetim,
Vem na leveza da brisa,
Que bem fagueira desliza,
Viver na roça é assim.

Carlos Aires

Proseando na sombra do juazeiro


Jornal Besta Fubana

Um comentário:

  1. Olá, sou escritor e recentemente criei um blog para divulgar alguns textos premiados. Gostaria de estabelecer uma troca de links. Se julgar procedente, aguardo seu contato.
    brasilliteral.wordpress.com

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