Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.
Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.
Texto: Gilberto Lopes
Criador do Blog.
segunda-feira, 16 de março de 2015
JOVEM 50 ANOS Os muitos conjuntos que tocavam a trilha do iê iê iê pernambucano
Silver Jets,Tártaros, Bambinos, Moderatos, alguns dos destaques
Como consequência da invasão musical dos Beatles, sugiram miríades de conjuntos copiando o quarteto de Liverpool. Eles ocuparam as garagens das casas da classe média. Muitos tiveram vida efêmera, muitos se tornaram conhecidos no Recife, alguns chegaram às emissoras de TV, mas poucos conseguiram gravar na Rozenblit. Impossível citar todos, tamanha a quantidade. Até mesmo entrevistar integrantes dos principais deles não caberia no espaço do jornal. Aqui estão representados grupos que qualquer broto da época guarda o nome na memória: Bambinos, Moderatos, Diamantes, Ermitões, Silver Jets e Tártaros.
"Você diz que eu sou um pão/ e também um belo rapaz/ e esse meu orgulho/ não é possível durar mais". Os brotos do Nordeste inteiro cantaram os versos de Você gosta de mim, versão You like me too much, dos Beatles, com os Silver Jets, melhor conjunto de iêiêiê da região, título disputado com Os Brasas, de Fortaleza, em 1967, no I Encontro da Jovem Guarda do Nordeste. Mesmo considerado um gênero menor, o rock and roll, que passou a se chamar iêiêiê, por causa do "Yeah, yeah, yeah", dos Beatles em She loves you, tinha espaço no rádio e na TV do Recife, mas era ignorado pelo resto do País. Em agosto de 1967, por exemplo, Os Tártaros (Raimundo Carrero, Djilson, Zé Araújo, Beiros, Walter e Fred), com És para mim o que sempre quis (versão de Everybody"s loves a clown, do Gary Lewis and the Playboys) disputavam a preferência do consumidor recifense com Nara leão (com A banda), Wanderley Cardoso (Doce de coco) e Wanderléa (Prova de fogo).
Os citados Silver Jets tiveram, durante três anos, Reginaldo Rossi como guitarra base e principal vocalista, mas eles precisavam ensaiar muito para não perder a majestade diante da efusão de conjuntos que existiam em Pernambuco entre 1965 e 1970: Os Lordes, Os Fabulosos, Gemini V, Os Tártaros, Os Moderatos, Os Bambinos, The Hits, "Quando os Beatles chegaram, emocionaram muito, por causa dos vocais. Até hoje, o pessoal que me reconhece, elogia nosso conjunto, diz que era o melhor vocal da época", diz Walter Bolo, que nos anos 1960 tocou nos Diamantes, um conjunto formado por Nando, Niltinho e Paulo Rangel, seus primos. Bolo, como ainda é conhecido, conta que uma grande diferença entre os grupos do seu tempo e os atuais do Recife é que eles se dedicavam ao grupo em tempo integral: "A gente largou escola, emprego, tudo, pelo grupo. Ensaiávamos diariamente, como se fosse um expediente. Hoje tem gente que participa de quatro, cinco bandas, e ainda tem projeto solo".
Entre tantas guitarras, havia de existir um guitar hero o da Jovem Guarda recifense foi um menino prodígio, franzino, com jeito de Peter Pan, que recebeu na pia batismal um nome que não poderia ser 15/03/2015 JC Premium http://jconlinedigital.ne10.uol.com.br/web/ 2/2 mais pernambucano: Roberto Cavalcanti de Albuquerque, que poucos anos depois passaria a ser conhecido como Robertinho do Recife. Quando começou a tocar nos Éforos, estava com 11 anos e ficava quase encoberto pela imensa guitarra Giannini Apolo 3 semiacústica (que copiava modelo semelhante ao da Fender usada pelo Jefferson Airplane). Na préadolescência ele tocou com ídolos do iêiêiê nacional Wanderley Cardoso, Rosemary, Jerry Adriani: "Não me intimidava com eles não, eu achava era importante. Se bem que não tínhamos muito contato. Chegavam ao palco, diziam o tom e o grupo acompanhava", lembra, rindo, o guitarrista, há anos produtor requisitado, com estúdio no Rio.
Problema maior era o Juizado de Menores. Embora na maioria das vezes Robertinho fosse aos bailes com o pai, de vez em quando precisava escapulir para evitar enrascada para o dono do clube ou boate. "Os garçons me davam o toque de recolher. Já pulei muita janela de boate e clube, com guitarra e tudo", conta Robertinho, que tocou também nos Ermitões, Bambinos e Moderatos, este que era para ele o melhor do iêiêiê pernambucano, e cita a formação do conjunto: "Help, Otonelson, Wilsinho e Marcos".
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