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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Poesia: "Casa velha", um poema de Sebastião da Silva e Valdir Teles











CASA VELHA
Sebastião da Silva*  e  Valdir Teles**

Voltei pra rever a terra
Que fui nascido e criado
Nada vi do que deixei
Tudo estava transformado
Chorei buscando lembranças
Nas emoções do passado *

Também chorei magoado
Vendo a casinha singela
Nem meus pais, nem meus irmãos
Moravam mais dentro dela
É triste entrar numa casa
Sem ninguém morando nela **

Senti um cheiro de vela
Quando cruzei o batente
Um oratório sem Santo
As flores murchas na frente
Talvez querendo dizer
Aqui não mora mais gente *

Achei um taco do pente
Que mamãe se penteava
Vi um rosário e a Santa
No altar que ela rezava
Chorei perguntando a Santa
Se mamãe inda voltava **

Na parede ainda estava
Marcas do paiol de milho
O lugar do pote velho
O forno de assar sequilho
E o papeiro que a mãe
Fazia o mingau do filho *

Vi um espelho sem brilho
Uns panos velhos na mala
Um retrato desbotado
Fui falar tremi a fala
Gritei ninguém respondeu
Voltei chorando pra sala **

Ainda vi a bengala
Os cadarços dum sapato
Os cupins roendo o resto
Da moldura dum retrato
Parei pra dizer comigo
O quanto o tempo é ingrato *

Vi copo, panela e prato
Abandonados também
Achei a panela velha
Que cozinhava o xerém
Depois que mamãe morreu
Não ferveu mais pra ninguém **

Vi desprezado também
O cepo, a mão de pilão
O espeto de assar carne
As panelas no fogão
Queimei as últimas lembranças
Na dor da recordação *

Uma cama sem colchão
Num recanto abandonada
Uns tamboretes de couro
E a mesa velha quebrada
Que o tempo acabou com tudo
E não prestou conta de nada **

Cera de vela queimada
Em novenário e festejo
Caco de torrar café
O xinxo de fazer queijo
São as coisas que não faltam
Num casarão sertanejo *

Aproveitando um ensejo
Roguei a Deus por meus pais
Olhei as paredes sujas
Os morcegos no flechais
Dei um adeus comovido
E não volto ali nunca mais **


Sebastião da Silva e Valdir Teles
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