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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

DISCOS: Há 50 anos a bossa nova invadia o mundo

Como a baiana Astrud Gilberto se tornou estrela por acaso



O ano de 1964, na história da música popular, é conhecido com o da “British invasion”. Foi quando os Beatles lideraram uma enxurrada de grupos da Inglaterra que tomaram conta das paradas dos EUA. Entretanto, no mesmo ano, aconteceu outra invasão: a da bossa nova, que já vinha desenhando-se desde 1962 e se consolidou finalmente com o álbum Getz/Gilberto – Stan Getz & João Gilberto featuring Antonio Carlos Jobim.O disco foi lançado em maio de 1964 e o aniversário de 50 anos é lembrado pela gravadora Verve, com um relançamento deluxe: o disco original remasterizado, em estéreo e mono (que aparece em CD pela primeira), mais os singles de Garota de Ipanema (Tom/Vinicius) e Corcovado (Tom Jobim).
Gravado em março de 1963, produzido por Creed Taylor. Stan Getz e João Gilberto são acompanhados por Tião Neto (baixo), Milton Banana (bateria) e Tom Jobim (piano). Seis das canções levam a assinatura de Jobim (só ou com parceiros), uma é de Dorival Caymmi (Doralice) e outra de Ary Barroso (Pra machucar meu coração). É um álbum perfeito na sua sofisticada simplicidade, mas certamente não teria a repercussão extraordinária se o acaso não tivesse dado sua contribuição, na pessoa de uma baiana (filha de pai alemão) chamada Astrud Evangelina Weinert, ou Astrud Gilberto, na época casada com João Gilberto.

Responsável involuntária pelo sucesso de Getz/Gilberto featuring Antônio Carlos Jobim, Astrud não estava na programação do disco (seu nome nem aparece na capa). Ela ia ao estúdio A & R Recordings em Manhattan, Nova Iorque, para acompanhar o marido. Até então, Astrud Gilberto, com 22 anos, só cantava em reuniões de amigos. No livro de memórias Gravando – Os bastidores da música (Guarda-Chuva Editora, 2008), de Phil Ramone, produtor e sócio do A & R Recordings, a cantora conta sobre o dia em que entrou para a história da MPB e do jazz:

“Vim para os EUA com João, porque ele se comprometeu a gravar o álbum Getz/Gilberto. Um dia, poucas horas antes de Stan Getz vir ao nosso hotel para um ensaio que ele e João haviam planejado, ele (João), me disse, com um ar de mistério: ‘Você vai ter uma surpresa hoje’. Implorei para que ele me dissesse o que era, mas ele se negou terminantemente”. Mais tarde quando eles estavam passando a canção Garota de Ipanema, João displicentemente pediu que eu me juntasse a eles e cantasse um refrão em inglês, depois que ele acabasse de cantar o primeiro refrão em português. Então, fiz isso. Quando acabamos de executar a canção, João virou-se para Stan e disse (em inglês macarrônico): ‘Amanhã Astrud vai cantar no disco – o que acha?’”. Ela revelou que estava muito tensa, era sua primeira gravação. Foi tranquilizada por Stan Getz que lhe sussurrou ao ouvido: “Esta canção vai fazer de você uma estrela”.

O produtor Creed Taylor pediu que Phil Ramone cortasse um disco apenas com a voz de Astrud Gilberto e mandasse para Sarah Vaughan, como uma demo. A diva do jazz não se interessou pela música. Nunca se soube bem como,The girl from Ipanema (versão para o inglês de Norman Gimbel) com Astrud Gilberto entrou no lado B de um compacto de Stan Getz tocando Blowing in the wind (Bob Dylan). Um DJ (disc-jockey), de Columbia, Ohio, preferiu o lado B. A música estourou na cidade, no Estado e nos Estados Unidos, levando junto com ela o álbum Getz/Gilberto, que vendeu 1 milhão de cópias, ganhou o Grammy de Melhor Álbum do ano e Melhor Gravação do ano para a faixa Garota de Ipanema. Astrud Gilberto não ganhou o de Revelação do ano, que em 1964 ficou com os Beatles

José Teles
JConline

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