Produzido pelo publicitário Euriano Sales, "O nascimento de Jesus, um cordel de Natal" faz sucesso no período de fim de ano
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| Enquanto Euriano Sales construiu o texto, Meg Banhos ilustrou o cordel |
Dos doze meses do ano, o de dezembro é o mais bonito para o cearense Euriano Sales, 31. Autor do vídeoO nascimento de Jesus, um cordel de Natal, o publicitário de sotaque arrastado usou a paixão pela literatura matuta para contar o real sentido da data. O vídeo de pouco mais de seis minutos, um dos primeiros produzido e narrado por Sales, passeia por uma história bíblica, mas com tons universais.
“A linguagem é popular e a temática, menos comum. No cordel, tem muitas histórias sobre política, personagens lúdicos, mas poucas a respeito do cristianismo”, explica. A primeira narrativa transformada em versos por Sales foi José, o governador do Egito. Em seguida, surgiu O nascimento. O publicitário construiu o texto, enquanto a sócia Meg Banhos produziu mais de 200 ilustrações em dois dias.
O talento combinado dos amigos gerou uma série de contatos com empresas e igrejas. Impulsionou, inclusive, a criação de uma agência, a Cordel Publicitário. O vídeo correu o país, assim como o autor. “Estava em São Paulo, em outubro, com alguns amigos, quando entramos no assunto do cordel. O pessoal pediu que eu narrasse um trechinho do vídeo. Comecei a ler e uma moça da mesa ao lado se aproximou, dizendo que já tinha visto. O nascimento chegou nos cantos que eu nem imaginava”, revela.
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Com o auxílio de dicionários informais, Sales e Meg trouxeram para a atualidade uma história milenar. Zacararias, pai de João Batista, ficou sem falar “uma arruma de dias” por duvidar dos sinais de Deus. Isabel, mãe do profeta, “embuchou” com mais idade. O recenseamento virou contagem do IBGE. E Jesus teve até “chá de baby”. Mas ao invés de fralda, ganhou ouro. De chupeta, incenso.
Como começou
Foi ainda na infância que o publicitário conheceu a literatura de cordel, apresentada pelo pai, José Eurípedes, um matuto do interior do Ceará. O patriarca não viveu muito. Fechou os olhos quando o filho beirava os 17 anos. Foi uma perda e tanto. As lembranças dos tempos de criança retornaram com força quando, na faculdade, o rapaz se viu envolvido com os conhecimentos passados pelo pai. Dai em diante, nunca mais largou o cordel.
Assista ao vídeo O nascimento de Jesus, um cordel de Natal
Diário de Pernambuco
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