Aproximadamente 35 agremiações, de 21 municípios, participaram nesta segunda-feira (11) do 23º Encontro Estadual dos Maracatus de Baque Solto de Pernambuco. As apresentações aconteceram durante todo o dia na Casa da Rabeca e na Ilumiara Zumbi, ambas localizadas na Cidade Tabajara, em Olinda. O governador Eduardo Campos (PSB) esteve presente para pretigiar a festa, acompanhado pela primeira dama do estado, Renata Campos, pelo prefeito de Olinda, Renildo Calheiros (PCdoB) e pela primeira dama da cidade, Eveline Amaral.
Campos fez uma passagem rápida no início da tarde, já que ainda pretendia visitar os municípios de Nazaré da Mata e Paudalho, e depois retornar ao Recife. "Mas na hora que vocês me encontrarem e falarem comigo, podem ter certeza que estarei com a mesma animação", assegurou. Este ano, uma parceria da organização do encontro com o Governo do Estado de Pernambuco, a Empetur e a Secretaria de Turismo, garantiram o pagamento de cachê a todos os grupos participantes. "Esta aqui hoje o berço da resistência da nossa cultura popular", afirmou o governador. "A cultura que sobrevive apesar das adversidades", completou, ressaltando que sentia-se "cheio de esperança" ao encontrar as pessoas que mantém acesa a chama do maracatu de baque solto, pois elas são resposáveis por ensinar a Pernambuco como fazer surgir a beleza da tradição, apesar dos poucos recursos financeiros.
A história da maior parte das agremiações é feita por gente simples, que passa meses juntando dinheiro e ensaiando para se apresentar no período momesco. Gente como Nice Teles, do Cavalo Marinho Estrela Brilhante, de Condado, uma das matriarcas do grupo. Ela contou que quando seu pai decidiu montar uma agremiação, tinha em mãos apenas R$ 800 que havia ganho como cachê em uma apresentação. Era pouco para cobrir os gastos com materiais e fantasias. "Mas eu disse a ele que era pouco pra ele sozinho. Mas juntos poderíamos dar um jeito. Eu costurei as roupas para ajudá-lo", disse Nice.
Os folgazões, como são chamados os brincantes de maracatu de baque solto, eram de todas as idades. Lucas Ernandes, tem seis anos de idade e quatro de Caboclo do Lança. O menino herdou o amor pelo maracatu do pai, que também incorpora um Caboclo de Lança. Já Nita Barradas, tem 89 anos e apesar das limitações de movimento - ela circula com auxílio de uma cadeira de rodas - afirma que não deixa de participar. A senhora cheia de energia é membro do maracatu Batuque Estrelado. "Isso - a participação no maracatu - é a coisa mais maravilhosa da minha vida. Eu nasci hoje", garantiu.
Bruno Campos/Folha de Pernambuco
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