Descendente da tribo Cariri.
Foi rochedo e a flor do bulgari
Transbordando d’ amor o coração.
No trabalho arrancava seu pão
Pra família puder alimentar
Enfrentou intempéries do lugar
Com vigor e coragem sertaneja
Não temia o cansaço da peleja;
E vivia num eterno trabalhar.
Foi Eusébio, esposo e pai dos filhos,
Que partiu pra morar em outros trilhos
E deixou a família no abandono.
Margarida assumiu de vez o trono
Pra mostrar uma índia no reinado
Sem tacape, sem flecha, no roçado,
A enxada era a arma para a luta
Do inverno ao verão, sua labuta,
Foi deixar cada filho alimentado.
Duas delas morreram em tragédias,
Mesmo assim não perdeu as suas rédeas,
Nem fugiu pra buscar algumas trilhas.
Cada dia enfrentava mil guerrilhas
Pra viver no Sertão com honradez
No trabalho mostrava sua altivez
Duma forte guerreira mãe mulher
Que viveu no seu trono de Pajé
Sem temer o negror da languidez.
Pra morar em São José do Egito,
Não sentiu o seu coração aflito
O trabalho assumiu outro legado.
Com uma tropa de burros equipado
Levou água pra casas da cidade
Carregando no peito a honestidade
A coragem de mãe comprometida
Pra mostrar a grandeza Margarida
Uma rosa com brilhos da verdade.
Batizaram de “Alto da Margarida”
Uma justa homenagem merecida
A Mulher Cariri, sem fidalguia.
Para mim ela será sempre guia
Uma avó como símbolo do Sertão
Que clareia minhas noites de verão
E me aquece nas rochas da frieza
Enfeitando minha alma de beleza
Confortando de luz meu coração.
Um lindo poema, com versos e rimas desfilando a sua beleza, o poeta mostra a grandeza dessa heroína mulher guerreira, que dedicou a sua vida ao trabalho e ao sustento de sua família, muita qualidade nos seus versos e uma homenagem mais que merecida, parabéns, meu abraço.
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