Porém sobra nos olhos do vaqueiro.
Porém sobra nos olhos do vaqueiro.
Bicho e gente sofrendo a mesma mágoa
No olhar do vaqueiro sobra água
Mas a bomba celeste não despeja
Quem aboia e campeia não deseja
Ver o gado com sede o ano inteiro
Nem o gado quer ver seu companheiro
Em um rio de lágrimas sufocado
No sertão falta água para o gado,
Porém sobra nos olhos do vaqueiro.
E eu não sei se merece sofrer tanto
Falta chuva no céu sobra no pranto
De quem cuida do gado inofensivo
O vaqueiro agradece ainda estar vivo
Personagem de um drama costumeiro
Vendo o sol afastar o nevoeiro
Alvejar criação, pessoa e prado
No sertão falta água para o gado,
Porém sobra nos olhos do vaqueiro.
Nas encostas do céu se locomove
O relâmpago aparece mais não chove
Que irrigue o pistilo de uma rosa
A promessa de chuva é enganosa
Só o choro do homem é verdadeiro
Quem mais sente é o fazendeiro
Vendo o gado sedento e castigado
No sertão falta água para o gado,
Porém sobra nos olhos do vaqueiro.
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