AGUARDANDO O AMANHÃ
És um carrasco implacável,
Perverso, destruidor;
Pergunto: se por ventura,
Não vês que causa amargura,
Provocando angustia e dor?
Meus loiros pelos de outrora,
Bem como os sorrisos francos;
Trocasse essas maravilhas
Que eu continha, por carquilhas,
E deixaste os cabelos brancos.
Arrebataste-me de vez,
A força, o vigor, e a paz;
Qual chacal impertinente,
Consome a vida da gente
Com apetite voraz.
Causando maléficos danos
Sem que haja piedade,
Apaga nossos lampejos,
Dilui os nossos desejos,
Oh! Tempo, quanta maldade!
Prossegue dia após dia,
Sem que haja intercalada,
Macambuzio e carrancudo,
Do ontem, carregou tudo,
Do hoje, tem quase nada.
De alcançar o amanhã,
Que é só dúvida e incerteza,
Mas, quem sabe, Deus consente,
E concede-me novamente,
Alcançar essa proeza!
Nenhum comentário:
Postar um comentário