Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.
Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.
Texto: Gilberto Lopes
Criador do Blog.
sábado, 2 de abril de 2016
NOVELA: Com Velho Chico, Luiz Fernando Carvalho leva suas raízes nordestinas para a TV
Em conversa exclusiva, o diretor fala de suas memórias e do Brasil que pretende revelar na televisão
O ator Rodrigo Santoro, que há 10 anos não atuava em novelas, vive o coronel Afrânio em Velho Chico
Caiuá Franco/TV Globo/Divulgação
Luiz
Fernando Carvalho de Almeida, hoje regente de novela de brilho em horário
nobre, não por acaso, escolheu usar o seu primeiro sobrenome para identificar-se
no meio artístico. Mais do que identidade, a escolha consciente é também
homenagem: Glícia Carvalho, sua mãe, nascida em Alagoas, morreu quando o
diretor artístico deVelho Chico
tinha 3 três anos.
As rodas de São Gonçalo, as procissões e bandeiras de
santos, as feiras, os cantadores de viola, as rendas, o vigor do Rio São
Francisco, a luz solar do Nordeste, o esmero e a beleza dedicados por Luiz a
cada detalhe de cena da novela que enche os olhos do Brasil, consciente ou
inconscientemente, passam pela alagoana Glícia – mesmo que o País saiba pouco
ou nada sobre ela.
Certa tarde, nos anos 1990, em conversa no Recife com o
escritor Ariano Suassuna, o diretor foi perguntado: quantas imagens ele
guardava da mãe? Eram três, nada mais. (A ‘riqueza’ de Ariano, ali, foi maior:
guardara cinco recordações visuais de seu pai, assassinado quando ele também
tinha 3 anos).
A conversa acendeu uma centelha e serviu de impulso para
que Luiz seguisse a lavrar as suas próprias memórias, levando-o a palmilhar,
por gosto e necessidade, o seu passado. “Fui até o Nordeste, na região onde a
minha mãe passou a infância e conheci Maceió, que eu ainda não conhecia.” Levou
como companhia Bia, aquela que tinha sido a babá de sua mãe. Conversou com a
família, cascavilhou a sua gênese – como se buscasse resgatar um tempo perdido
e também a si mesmo.
“Paralelamente ao conhecimento de minha mãe, fui, sem ter
essa consciência, promovendo também um conhecimento da cultura brasileira, em
especial a do Nordeste”, confessou, após as filmagens de seu longa-metragemLavoura Arcaica(2001).
BRASIL
“Um resgate de brasilidade.” É assim que a Rede Globo
vende a novela em horário nobre. Luiz Fernando, ao imprimir alma e beleza à
tela, está mexendo com parte dos telespectadores, unindo, à sua maneira,
pedaços de um País – por ora especialmente revolvido. “Voltei a ver novela”, é
frase recorrente dos que se encantam com o que é exibido hoje na TV aberta.
Encantamento é uma coisa, audiência é outra – mas, registre-se:Velho Chicocravou a maior
audiência em estreiasda
emissora, na faixa das 21h, desde 2014.
Há, na novela, algumas unanimidades: a música como
protagonista, pontuando cada uma das cenas (Maria Bethânia cantandoMortal Loucura, poema de Gregório de
Matos, é um punhal afiado nos sentidos, ave!); a luz trabalhada magistralmente,
reforçando o diálogo entre claros e escuros; a cenografia e o
figurino, ambos criados com minúcia e devoção, guiando a
narrativa estética em casamento harmonioso.
A interpretação do corpo de atores vem
recebendo, justamente, muitos louros – visceral, como quase tudo o que leva a
marca do diretor. “Aceitei fazer esta novela por causa do Luiz”, afirmou, sem
rodeios, o ator Rodrigo Santoro, que não atuava em novelas havia 10 anos.
A atriz
Camila Pitanga (a Maria Tereza da terceira parte da trama) afirmou que o
processo criativo proposto pelo diretor fez com que ela saísse “desse modo de
atuação quase autômato e focado para o resultado. Está sendo desafiador querer
me reinventar, falar de um outro lugar”.
ENTREVISTA
Carioca,
nascido em 1960, Luiz Fernando Carvalho assina mais de 20 produções da Rede
Globo, entre séries e novelas, incluindoPedra Sobre Pedra(1992),Renascer(1993),Irmãos Coragem(1995),O Rei do Gado(1996) eMeu Pedacinho de Chão(2014).
Conheci
Luiz no final dos anos 1990, apresentada por Ariano Suassuna, amigo em comum.
Pude assistir a duas gravações de suas produções nacionais: no Rio de Janeiro,
em 2005, ele comandou a primeira (e bela) versão deHoje É Dia de Maria; em 2006, em Taperoá,
Sertão da Paraíba, dirigiu a microssérieA Pedra do Reino, baseada na obra maior de
Ariano. Antes disso, em 2000, trabalhamos juntos no especial de CarnavalFolia Geral, feito para a Rede Globo
Nordeste (e também com Ariano).
Nesta
conversa travada por mensagem eletrônica, Luiz Fernando respondeu às perguntas,
com exclusividade, em meio às gravações deVelho Chico. Falou da memória materna, de
música, do Brasil em constante processo de redescobrimento. As respostas
chegaram nas primeiras horas da madrugada, entre um sábado e um domingo.
“Desculpe a demora. Mas como você deve saber, estava sem tempo algum”,
justificou-se.
- Existe a intenção de revelar um Brasil ainda oculto emVelho Chico?
Se sim, que personalidade e características ajudam a formar esse Brasil?
A
sensação que tenho é que o país, apesar de todos os avanços, necessita ser
sempre redescoberto. Seu espírito muitas vezes eclipsado não se revela através
de um retrato fácil e monolítico, algo que o passado tenha registrado e nos
seja visto como definitivo, pronto. Tudo está em eterno movimento. Isso traz
contradições e muita vida. Penso na frase de Guimarães Rosa: “O Brasil é
indizível”. Na novela, esta reaproximação com a brasilidade vai desde uma
paisagem que não está ali apenas como cartão postal, mas sim como território
dramático, onde o interior dos personagens se reflete naquela geografia, indo
até às coordenadas culturais, o uso e os costumes do povo. Tudo se espelha e se
completa traduzindo um mundo de invenção e memória que se traduz na fabulação.
Então, no fundo, estou falando do caráter ético de uma representação que não
passa de um conjunto de tentativas. As tentativas continuam me interessando e,
nos acasos bons do tempo, me revelando coisas de meu país.
- Você é filho de alagoana, certo? Existe uma alma
nordestina da qual não se separa? Você traz ela dentro de si?
As
coordenadas fundamentais de meu trabalho partem desta relação espiritual com a
memória de minha mãe nordestina, a qual perdi muito menino, ainda na primeira
infância. Tudo nasce desta nuvem de lembranças. Digo nuvem também me utilizando
do sentido tecnológico que a palavra representa nos dias de hoje, onde os
conteúdos são armazenados, mas não é possível avista-los, permanecendo
invisíveis. Estou plugado à esta nuvem espiritual. Ela me guia e isso é tudo.
É uma riqueza vê essa novela,a trilha sonora com Geraldo Vandré é um deleite,parabéns e obrigada por nos proporcionar tão boa história a fotografia fantástica!!!
É uma riqueza vê essa novela,a trilha sonora com Geraldo Vandré é um deleite,parabéns e obrigada por nos proporcionar tão boa história a fotografia fantástica!!!
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