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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

sábado, 19 de março de 2016

Poesia: "O que é que tem no sertão", Um poema de Edmilson Garcia



O QUE É QUE TEM NO SERTÃO?
No sertão tem rapadura
Tem peixe seco na feira
Tem cana boa da pura
Tem broa e tem pão carteira
Tem facão e tem trinchete
Tem banco e tem tamborete
Machado foice e peixeira
Chicote de couro cru
Tarrafa anzol landuá
Quixó pra pegar tiú
Fôjo pra pegar preá
Tem alguidá tem tigela
Tem chaleira e tem panela
De barro pra cozinhar
No mato tem aroeira
Mufumbo , anjico e jucá
Oiticica e pitombeira
Juazeiro e trapiá
Cumarú e imburana
Tem pequí tem gitirana
Pereiro e jequitibá
No serrote tem mocó
Na roça tem macaxeira
Na lagoa tem socó
Tem lambu na capoeira
No açude tem traíra
Na serra tem jandaíra
No ôco da catingueira
Tem mandacaru cardeiro
Tem malva e manjirioba
Tem velame e marmeleiro
Jatobá e guabiroba
Tem cipó e tem imbira
Tem pau-ferro e macambira
Baraúna e maniçoba
Tem guará tem guaxinin
Carcará e gavião
Tem gambá e tem sonhím
Tem tejo e camaleão
Ticaca, peba e tatú
Tem cobra surucucu
Gato vermelho e cancão
Na feira tem tapioca
Tem quebra queixo e beiju
Tem bolo de mandioca
Tem manga jaca e caju
Tem fava e tem bode assado
Tem buchada e tem picado
Tem caranguejo e pitu
Tem cabresto pra jumento
Tem rabicho e rabichola
Tem santinho e terço bento
Tem arapuca e gaiola
Botão, carretel de linha
Tem pão de milho e farinha
E cego pedindo esmola
Toda casa e tem toucinho
Pra temperar o feijão
Tem pilão e tem moinho
No terreiro tem capão
Tem silos cheios de milho
Tem mais de quatorze filhos
Cada casal do sertão
Tem vaquejada e seresta
São João pra se festejar
Toda semana tem festa
Forró pra o povo dançar
Violeiros repentistas
Os melhores cordelistas
Que só Deus soube criar
Tem o espinho que fura
E tem a flor do amor
Tem reza forte que cura
Pra quem não vai ao doutor
Tem religiosidade
Tem gente boa “à vontade”
Povo de muito valor
Falo, e posso garantir
Com muita convicção
O mundo há de convir
Lhes dou essa afirmação
Digo com toda a verdade
Não falei nem a metade
Do que tem lá no sertão.
Edmilson Garcia
Repentes, motes e glosas
Jornal Besta Fubana

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