Faz os versos fluírem facilmente.
As piadas ouvidas, de repente,
Se transformam num causo improvisado!
No seu canto, o poema interpretado
Tem a força, o lirismo e a emoção
Do retrato mais puro do sertão,
Revelado com rara maestria
Mestre Chico derrama poesia
Na ribeira do nosso coração.
Sua infância feliz junto dos pais,
Vão ficar para sempre nos anais
Da poética perfeita e declamada.
Acompanha também sua toada
Belarmino, o dentista e seu tição,
Tem Zabé lhe fazendo assombração;
Zé Gogó cheio de sabedoria
Mestre Chico derrama poesia
Na ribeira do nosso coração.
Ser soldado lutando no estrangeiro,
Com a força tenaz de um guerreiro,
Combatendo o inimigo e o derrotando;
A figura de Hitler implorando
Ao matuto, clemência e compaixão;
Tem a briga feroz na procissão
Com os santos causando gritaria
Mestre Chico derrama poesia
Na ribeira do nosso coração.
Numa sala esquisita e muito escura,
Apertando o botão da ditadura
Nos causando misérias e horror;
Zé cangalha, outro grande falador,
Pra não ir para a guerra, sem razão,
Fura um olho, se estrepa e cai no chão;
Sua perna zambeta o denuncia.
Mestre Chico derrama poesia
Na ribeira do nosso coração.
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