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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

sábado, 12 de março de 2016

Poesia: "Flor do cajueiro", um poema de Onildo Barbosa

FLOR DO CAJUEIRO
Quando a lua branquinha se mistura
Com o sorriso matuto da menina
Traz o vento o aroma da campina
Dando à mata acanhada a formosura
Quando a nuvem cinzenta, meio escura
Cobre o rosto da lua, o mundo inteiro
Silencia e sorri sentindo o cheiro,
Da rezina rosada da  romã,
Deus do céu abre as conchas da manhã
Com perfume de flor de cajueiro.
O lençol do espaço muda a cor
Uma estrela passeia em grande estilo
A orquídea acumula em seu pistilo
Todo néctar que tem pro beija flor
O pequeno azulão, feito um tenor,
Diz que é da floresta o seresteiro,
Saltitante por entre o nevoeiro
Feito um príncipe a procura de uma fada,
Vai rompendo o frescor da madrugada,
No perfume da flor do cajueiro.
Quando dá 5 horas da manhã
O perfume da flor do cafezal
Pinhão roxo, alecrim e laranjal,
Dá um clima de paz do alto à chã
Coleirinha, tiziu, guriatã,
Se agasalham no velho juazeiro,
O fiel jataí chega primeiro
Pousa leve na ponta de uma folha
E depois de posar faz a escolha
De partículas de flor de juazeiro.
Boticário, poético colibri,
Mostra toda ciência de um mago
Quando beija uma flor dando um afago
Desabrocha um pequeno maturi,
Com um manto amarelo o bem-te-vi
Aparece na copa do coqueiro,
Parecendo um profeta verdadeiro
Fecha as asas na ponta de um galho
Bebe a última gotinha de orvalho
Numa pétala da flor do cajueiro.
Quando o vento do novo entardecer
Tras da relva o perfume de alfazema
O xexéu acalenta com um poema,
Um filhote que acaba de nascer
Quando a mãe vai buscar o que comer,
Fica o pai, vigilante, alvissareiro,
Ajeitando no ninho o travesseiro,
Onde o filho adormece na penugem,
Com pedaços de folhas de babugem,
E essência de flor de cajueiro.
Baraúnas, frondosos coqueirais
Dão um tempo no colo da aurora
Num encontro da fauna com a flora
Numa orquestra de lindos sabiás
Buritis, goiabeiras, araçás
Cada um representa o próprio cheiro
Mas da selva o espírito aventureiro
Segue um mito e conduz a sua saga
Bebe a fonte, adormece e se embriaga
No perfume da flor do cajueiro.
Nos cabelos da moça campesina
Na espuma da água do riacho
Na ramagem que brota flor de cacho
No orvalho da hora matutina
Na babugem de folha crespa e fina
Na fumaça que sobe do bueiro,
Nas costuras da roupa do vaqueiro
No chapéu do caboclo agricultor
No alforje do velho caçador
Tem perfume de flor de cajueiro.
Onildo Barbosa
Onildo Barbosa e Seus Cabras da Peste
Fonte: Repentes, motes e glosas
Jornal Besta Fubana

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