Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.
Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.
Texto: Gilberto Lopes
Criador do Blog.
domingo, 6 de março de 2016
Música: Samba 100 anos > O samba, assim como o frevo, tem data de nascimento duvidosa
Pelo Telefone é uma criação coletiva de que Donga se apoderou
Pixinguinha, João da Baiana e Donga, DNA do samba carioca
foto: reprodução
O folclorista baiano Edison
Carneiro constatou pela primeira vez o termo samba na imprensa, em 12 de
novembro de 1842, no jornal recifense O Carapuceiro, do frei Miguel do
Sacramento Lopes Gama (o Padre Carapuceiro). No entanto, convencionouse que o
samba teria sua idade cronológica contada a partir da gravação de Pelo
Telefone, composição de Donga e Mauro de Almeida, gravada em 1916. A mesma
coisa aconteceu com o frevo, cuja data de nascimento foi oficializada como
sendo em 9 de fevereiro de 1907, quando o termo apareceu na imprensa, uma
descoberta do folclorista e pesquisador Evandro Rabello. Uma convenção, pois da
mesma forma como o frevo já era dançado nas ruas do Recife antes 1907, músicas
foram gravadas como samba anteriormente a 1916.
O
compositor recifense Raul Curumila Morais, por exemplo, teve gravado em 1913,
pela gravadora paulistana Phenix, o samba carnavalesco Iá Iá me Diga, lado B de
um 78 rotações do gaúcho Geraldo Magalhães, da dupla Os Geraldos, que trazia no
lado "A" Samba Africano (de sua autoria). Assim como Iá Iá me Diga
estava mais para uma embolada, Pelo Telefone podia ser catalogado como um tango
ou maxixe. Até então, o termo samba era usado nas regiões onde existiam
batuques de origem africana, ou seja, praticamente o País inteiro.
O samba não era
ainda um gênero musical, mas como se chamavam as reuniões dos
"baianos", na verdade um coletivo para os negros que, com a abolição
da escravatura, vieram do Nordeste e das regiões cafeeiras paulistas para a
capital da República. "É indiscutível que antes de Pelo Telefone foram
gravados sambas sem que no disco se informasse no selo tratarse de sambas,
foram gravados outros gêneros que não eram sambas com o nome de samba e foram
gravados até sambas com a identificação de samba", comenta o crítico
musical e historiador carioca Sérgio Cabral (um dos criadores do semanário O
Pasquim, pai do exgovernador do Estado do Rio), autor de obras obrigatórias
sobre música brasileira. Pelo Telefone fez, porém, tanto sucesso que tornou o
samba definitivamente um gênero musical. O próximo sucesso de Donga, O
Malhador, mesmo sendo uma embolada, também saiu em disco como se fosse samba.
Se samba é uma palavra da qual
poucos duvidam que tenha origem africana, a paternidade de Pelo Telefone é
cercada de controvérsias. Os bem conhecidos versos iniciais ("O chefe da
polícia, pelo telefone mandou me avisar"), é certo, vieram de uma roleta
que o jornal A Noite mandou colocar no Largo da Carioca, no Centro do Rio, para
provar que o chefe da polícia fazia vista grossa à jogatina. O que, segundo o
memorialista Jota Efegê, aconteceu em 1913. A música é um colcha de retalhos de
quadrinhas bem conhecidas no Nordeste, uma criação coletiva, surgida nos sambas
na casa das tias baianas.
Donga e Mauro de Almeida passaram
a perna em todo mundo e registraram como se deles fosse. Ernesto Joaquim Maria
dos Santos, Donga, numa época em que direitos autorais ainda era algo muito
vago, tornou famosa a frase: "Música feito passarinho é de quem
pegar"
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