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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

domingo, 1 de junho de 2014

Poesia: "Saudade de Marcolino", um texto e uma poesia de Gilmar Leite


SAUDADE DO CANTADOR ZÉ MARCOLINO

Hoje, acordei com saudade das antigas noitadas em São José do Egito, ouvindo, durante as boemias poéticas musicais, o mestre Zé Marcolino. Desde cedo que estou ouvindo seus clássicos. Vai abaixo um texto e um poema que eu fiz algum tempo atrás sobre o poeta.
Eu tive a feliz oportunidade de conviver com o saudoso poeta Zé Marcolino. O cantador caririense teve seu mundo de maior existência entre o Pajeú pernambucano e o Cariri paraibano, sempre levando o canto e a poesia ao povo de ambas as regiões. Fidalgo, Educado, Amigo, Atencioso e comprometido com o Sertão Nordestino, Marcolino foi o estandarte da música de duas regiões onde verteram os mais famosos cantadores de viola do Nordeste. De voz grave e feições de caboclo sério, Marcolino era a suavidade de um alma bondosa e de uma alegria de menino, sempre presente na sua forma de poeta da terra. Não fez uso "profissional" como cantor, tendo apenas gravado um cd (capa acima) produzido e arranjado pelo "Quinteto Violado". O vate/cantador paraibano alimentou a carreira musical de Luiz Gonzaga com grande clássicos que hoje estão imortalizados no cancioneiro popular, como: Sala de Reboco, Cacimba Nova, Serrote Agudo, A dança de Nicodemos, Caboclo Nordestino e tantos e tantos outros clássicos identificados na voz do "Rei do Baião" e de demais cantores, cantoras, intérpretes e cantadores do Nordeste e outras regiões do Brasil. Seu instrumento musical era uma caixa de fósforo, tanto para se acompanhar como para compor. O que mais impressionava era o autodidata Marcolino, compondo baiões, xotes, rasta-pés, samba de latada, forrós e lindas canções, as quais louvavam desde uma "Pedra de Amolar" até uma professora através da linda metáfora "Rolinha Branca". Escutar Marcolino na sua voz grave, de barítono, ou na grande voz do velho Lula Gonzaga e demais cantores e cantoras nordestinas, nos remete ao Sertão na sua mais pura forma de ser. Nas melodias de Marcolino encontra-se o Sertão alegre nas chuvadas invernosas; na poesia do mestre caririense vê-se uma grande fazenda que outrora foi palco e reino de grandes festas de vaquejadas; no lirismo de Marcolino percebe-se a figura humana na delicadeza de uma "Rolinha Branca", andando e catando pedrinhas pelo chão; no canto lunar do poeta paraibano, vemos o cantador sentindo "Ciúme da Lua", quando os astronautas pisaram no corpo de bela senhora lunar, senhora esta, inspiração e musa de todos os poetas do mundo; enfim, Marcolino nos deixou um legado de canto e poesia que ecoa pelos quatros cantos do Brasil. Hoje, encontra-se no solo paraibano e pernambucano a comunicação de vários sertanejos que tratam uns aos outros de Poeta. Isso, foi criado pelo nosso saudoso Zé Marcolino. O poema abaixo, de minha autoria, foi adaptado e musicado pelo compositor potiguar Galvão Filho, sobre a forma de uma belo Xote. No ano de 2008 o cantador Santana o gravou no seu cd "Forró - a arte do abraço".

SAUDADE DE MARCOLINO

Marcolino, poeta cantador,
A “Cacimba” secou de tanto pranto
O “Carão” não escuta o teu canto
“Sabiá” padeceu de tanta dor.
O “Ciúme da Lua” se acabou
Hoje vives morando perto dela
Desenhando teu canto numa tela
Seduzindo-a com tua serenata
Despertando seu riso cor de prata
Num desenho de linda aquarela.

O “Serrote Agudo” está tristonho
O “Fura-Barreira já não tem mais casa
“Maribondo” já bateu a sua asa
O “Sertão de Aço” perdeu seu sonho.
Só os vates de cima estão risonhos
O teu canto é a “Saudade Imprudente”
Que machuca o sertão que há na gente
Como o pranto na “Mágoa de um Vaqueiro”
Que tristonho, num banco do terreiro,
Faz aboios saudosos e dolente.

Oh! Poeta “Caboclo Nordestino”
As caboclas “cintura de abelha”
Soltam prantos em forma de centelha
Com saudades do canto campesino.
A “cantiga do vem-vem” pequenino
Sobre os galhos da “Flor do Cumaru”
Faz sentir Cariri e o Pajeú
A saudade das noites de São João
Ou as tardes tristonhas do sertão
Entre os cantos dolentes do nambu.

Hoje já não se faz a mesma dança
“Nicodemos” partiu pra outros cantos
Não se encontram mais os mesmos recantos
Duma “Sala de Reboco” com pujança.
A saudade dos “Tempos de Criança”
A “Rolinha” com passos delicados
Um poeta com sonhos encantados
Numa “Estrada” pisando no destino
Pra partir nos deixando um lindo hino
Através dos seus cantos coroados.

Gilmar Leite
Poeta e Professor
Gilmar Leite

Fonte: Facebook do Autor

CANTIGAS E CANTOS

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