O repente é arte de Jesus
A viola emite tanta luz
Pelas cordas das notas que demanda
Que nem mesmo holofotes de uma banda
Me tiraram a arte. Não senhor.
Sou somente um caboclo sonhador
E não deixo meu versinho imperfeito
Pois nem mesmo os livros do direito
Tirarão do meu ser, ser cantador.
Deste mundo para outros planetas
Na viola eu faço mil caretas
E nas cordas corretas toco e bato
Nos versos do sertão, tiro o retrato,
Desse povo que vaga no destino
Na viola, nas cordas que eu afino,
Tenho gosto de ser desse meu chão
Sou poeta discípulo de cancão
E tenho gosto de ser tão nordestino
Poesias nas quais não rimam nada,
Que o meu verso rimando em disparada
Faz guardar meu sertão dentro do peito
O meu sertão pequeno é tão perfeito
Que traz a inspiração de cada dia
Não é terra que impera a agonia
Meu sertão não é terra de ninguém
E se a minha mente vai além
Porque não vou fazer mais poesia?
Sou poeta, sou músico e cantor,
Repentista, estudante e cantador,
E acho tempo para composição
Abandonar alguma? Faço não.
Porque eu não nasci pra ser fracote
Faço tudo. Só entrego no lote.
E é bom que aqui ninguém se esqueça
Se eu botei a rodilha na cabeça
É porque posso com o peso do pote
Outra vez melhoro a entonação
Outra vez vou tocando violão
Pra tocar notas sem faltar pedaço
Em um livro eu me desembaraço
Estudando alcanço a minha meta
Lá na rádio minha hora está completa
E me vindo perguntas nos inversos
Eu respondo tudo em base de versos
Pra mostrar que ainda sou Poeta!!!
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