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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Poesia: "Eu pequeno meu pai já me ensinava, Zé Limeira era o Rei desse sertão", um mote glosado por Maviael Melo

Eu pequeno meu pai já me ensinava
Zé Limeira era o Rei desse sertão


Quando a noite acordou tava cansada
A Rainha chamou seu Malaquias
Ele veio depois de treze dias
E chegou já na alta madrugada
Vendo o Rei conduzindo uma boiada
Virgulino correu para o Capão
Na boleia de um velho caminhão
Vendedor de vassouras piaçava
Eu pequeno meu pai já me ensinava
Zé Limeira era o Rei desse sertão

Vi Orlando chamando a princesa
Disfarçada de jia na lagoa
E correndo voltou pra João Pessoa
Josemar tropeçou no pé da mesa
Uma luz se apagou, ficou acesa
Uma vela fingiu ser lampião
Pé de Serra só presta no São João
Com cachaça, feijão, mulher e fava
Eu pequeno meu pai já me ensinava
Zé Limeira era o Rei desse sertão

Já chegando quase em Serra Talhada
Eu comprei um jumento meio môco
Num desvio da estrada veio um louco
Me vendendo um prato de coalhada
Vomitado de uma vaca malhada
Três galinha, um guiné e um pavão
Faltou lenha, trás água pro fogão
Quando eu disse que tava, já num tava
Eu pequeno meu pai já me ensinava
Zé Limeira era o Rei desse sertão

João Batista um dia andou de trem
Quando ainda estudava na católica
Jubilou-se por causa de uma cólica
Que ganhou em prato de xerém
Na janela do velho armazém
Fez teatro imitando um azulão
Deu um salto e caiu de um mosquetão
De um menino zambeta que atirava
Eu pequeno meu pai já me ensinava
Zé Limeira era o Rei desse sertão

Meia noite a coruja de seu Bento
Que ainda nem Papa era formado
Acordou com o olho esbugalhado
E pediu um asilo num convento
Na poeira que trouxe o pé de vento
Papagaio era um velho capitão
Tomou duas bicadas no balcão
E uma muda pra ele insinuava
Eu pequeno meu pai já me ensinava
Zé Limeira era o Rei desse sertão

Comovido com a falta de vergonha
Porque Pedro negou a sua origem
Se trancou em quarto com uma virgem
E fumou quase um quilo de maconha
Doze meses depois uma cegonha
Tava a venda no mêi de um sacolão
Um pepino, uma cenoura e um pimentão
Enterrado numa velha que gritava
Eu pequeno meu pai já me ensinava
Zé Limeira era o Rei desse sertão

Quando Pedro segundo era o primeiro
Sua pernas corriam pra danar
Acordou com vontade de mijar
Deu a volta no Rio de Janeiro
Sua mãe, dona Helena o dia inteiro
Aprendia a dançar xote e baião
Foi donzela num meio de um salão
Quando alguém lhe pedia ela não dava
Eu pequeno meu pai já me ensinava
Zé Limeira era o Rei desse sertão

Jesus Cristo ainda era um menino
Quando viu a primeira gravidez
Três vez sete contando é vinte e três
Badaladas sem rimas de um sino
Na trombeta do tempo o destino
Guia as bestas cantando em procissão
São Miguel dedilhava o violão
E o padre João Paulo nem cantava
Eu pequeno meu pai já me ensinava
Zé Limeira era o Rei desse sertão.

Maviael Melo

Jornal Besta Fubana

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