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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

Livro conta a história do Abba, o maior fenômeno pop sueco

Obra conta a trajetória do quarteto que durou apenas dez anos e vendeu dezenas de milhões de discos

Mamma mia! Os então casais Anni-Frid e Benny (à esquerda) e Agnetha e Björn: amor e desamor dos quatro foi parar no repertório
Foto: Divulgação / Divulgação



RIO — Reações à menção do nome ABBA costumam ser as mais diversas, podendo ir do “sublime” ao “insuportável”. O que não dá para negar é que pouquíssimos grupos venderam tantos discos ao longo do História (de acordo com a fonte, algo entre 50 e 200 milhões) e tiveram uma marca tão profunda sobre o pop, graças a “Dancing queen”, “The winner takes it all”, “Fernando” e outras canções que se tornaram onipresentes nas rádios e TVs. E a força do legado desses suecos não se esgotou com o tempo — inclusive no Brasil, como se pode ver agora. No momento em que se comemoram os 40 anos da vitória da canção “Waterloo” no festival Eurovision, a editora Best Seller põe nas prateleiras “ABBA, a biografia”, tradução em português do livro de 2008 do sueco Carl Magnus Palm. E a Universal Music lança no país uma luxuosa reedição de “Waterloo” — de 1974, primeiro álbum internacional do quarteto e também o que marca a estreia do nome ABBA (leia mais abaixo).

Especialista no ABBA (“Essa é a minha profissão”, diz), Carl observa que, até o advento do quarteto (formado pelos casais Benny e Anni-Frid, Björn e Agnetha, que acharam na união de suas iniciais a solução para o dilema do nome artístico), ninguém fora da Suécia se mostrava interessado na música pop que se fazia por lá. Mas não foi só o sucesso internacional que marcou a trajetória do grupo. Nos 10 anos (1972-1982) em que esteve ativo, mobilizando as atenções do mundo, o cenário pop acompanhou a chegada do glam rock, do punk e da discotèque. Todos passaram. Mas não o ABBA.

— Eles não eram parte de nenhum movimento ou coisa parecida, eles faziam um trabalho próprio — analisa o escritor. — O que havia de inovador no ABBA era a forma como eles mostraram que, se levasse a música pop a sério e trabalhasse duro no estúdio, você poderia fazer algo com uma certa qualidade. Suas canções eram mais do quebubblegum (o chiclete musical dos grupos pré-fabricados do pop), eram bem trabalhadas. A música do ABBA foi feita para durar muito.

Numa época em que os astros do rock começaram a se orgulhar da sua voracidade por sexo, drogas e controvérsia política, o ABBA foi na contramão, com uma imagem careta, família, alguns diriam quase cafona.

— O ABBA sempre disse que não queria fazer nada além de divertir as pessoas. Eles não tinham grandes mensagens, só queriam fazer música pop boa — explica Carl, para quem o componente matrimonial foi algo fundamental para a construção do imaginário acerca do grupo. — Você pode ouvir na música o quanto eles estão apaixonados. E, de repente, você tem os dois divórcios (de Björn e Agnetha em 1978 e de Benny e Anni-Frid em 1981). E aí você consegue ouvir na música o quão infelizes eles estão. O público começa a fantasiar, a pensar no que aconteceu.

Nas páginas de “ABBA, a biografia”, não é raro encontrar episódios da carreira do grupo que representariam inovações para o pop. Como em 1974, quando, para evitar fazer desgastantes viagens internacionais, o quarteto decidiu investir na gravação (pelo diretor Lasse Hallström) de pequenos filmes sonorizados por suas músicas — o que depois se chamou videoclipe. Ou então quando, inspirados pelas primeiras gravações de um novo tipo de música negra americana, fizeram “Dancing queen”.

— Junto com artistas como (o produtor italiano) Giorgio Moroder, o ABBA injetou um elemento europeu que ajudou a dar uma outra cara à discotèque, mais para o fim dos anos 1970 — avalia Carl, que diz não ter tido problemas com os integrantes do grupo (que entrevistara para outros projetos) ao fazer a biografia. — Ninguém tentou me impedir de escrever o livro. Os membros do ABBA sabiam que as minhas intenções eram boas, que eu não ia escrever um livro com lixo de tabloide.

Referência cinematográfica (o estrondoso sucesso que o grupo fez na Austrália ilustrou nos anos 1990 os roteiro dos filmes “O casamento de Muriel” e “Priscilla, a Rainha do Deserto”), modelo para um dos mais respeitados grupos-tributo do pop (o Björn Again), inspirador de um musical (“Mamma Mia!”, que virou filme em 2008) e reverenciado por Madonna — que abusou de um sample de “Gimme! Gimme! Gimme! (A man after midnight)” no sucesso “Hung up” —, o ABBA é, junto com os Smiths, o grupo que os fãs mais esperam ver de novo, junto, no palco. O que, pela disposição dos ex-integrantes, é algo próximo do impossível.

— Pessoalmente, acho que eles tomaram a decisão certa. Primeiro, porque nunca iriam conseguir recriar a mágica que o ABBA tinha. Segundo, porque o natural para as pessoas criativas é mover-se adiante, não para trás.

Uma só canção sustenta o álbum, que tem lá os seus momentos curiosos

Até mesmo o biógrafo do ABBA admite: como álbum, “Waterloo” está muito longe de ser o melhor disco do grupo (honraria que costuma ser dada a “Arrival”, de 1976, que traz “Dancing queen”).

— Para mim, o sensacional é a canção “Waterloo”. Você pode ver que ela foi gravada nos anos 1970, mas ela ainda soa como nova, com muito apelo — diz.

Rock em estilo glam, com guitarra, sax e piano à frente, impulsionando as vozes de Agnetha e Anni-Frid numa letra que compara a conquista amorosa à vitória na guerra, não por acaso “Waterloo” abriu o caminho do ABBA para o mundo. A partir dela, o que se ouve no disco é claramente inferior, mas tem lá seus momentos. Uma mistura de rock anos 1950 e glam caracteriza a divertida “King Kong song”. “Hasta mañana” põe em evidência a grande influência que o grupo recebeu do cancioneiro folk europeu. E “Sitting in the palmtree” acopla elementos caribenhos com efeito cômico.

A reedição de “Waterloo” traz algumas boas curiosidades, como “Ring ring” (faixa com a qual o grupo, ainda como Björn, Benny, Agnetha & Frida, havia tentado a sorte na Inglaterra em 1973), versões alternativas das canções, um DVD com participações em TV e shows da época, além de um alentado libreto. Um registro histórico que exige boa vontade, mas traz recompensas.

SILVIO ESSINGER 
O GLOBO

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