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Esse blog tem como objetivo difundir a Música Popular Brasileira em geral, seja ela qual for: a música do Sul, a musica do Cariri, a Pajeuzeira ou mesmo outros ritmos de regiões diferenciadas. Nasci no Sertão do Pajeú, lugar onde a poesia jorra com muita facilidade e que os Poetas do Repente cospem versos com uma precisão incrível. Sempre tive esta curiosidade de fazer postagens e construir um blog. Aliás, criar um blog é simples e rápido, mas, o difícil mesmo é mantê-lo vivo e pulsante. Uma tarefa difícil e tem que ser feita com muita dedicação e precisão, sei que às vezes agradamos a uns e desagradamos a outros; também pudera, não somos perfeitos e isso acontece em todas as áreas e campos de trabalho. E para que o blog aconteça, tenho que desafiar o meu tempo e fazer propagar até aqueles que acessam e fazem aquisições de temas no gênero da música, da poesia e outros segmentos da cultura brasileira. Não tenho a experiência de um Blogueiro profissional, mas, como se diz: “Experiência só se conquista com tempo, perseverança e dedicação”. É isso aí, espero que curtam esse espaço que faço com exclusividade para vocês.


Obs.: Do lado direito do seu monitor adicionei uma rádio (Cantigas e Cantos) com a finalidade de que você leia e ao mesmo tempo ouça uma seleção musical exclusivamente feita por mim. Também inserí fotos Antigas da Capital da Poesia (S. José do Egito), fotos retiradas do Baú do Jornalista Marcos Cirano.


Texto: Gilberto Lopes

Criador do Blog.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

LANÇAMENTO: Titãs volta com rock pesado, crítico e brasileiro

DO homem fardado, com arma e escudo na mão, confrontado por aqueles a quem deveria oferecer proteção. O mensageiro da desgraça, cansado da fome, do crack, da miséria e da cachaça. A República das Bananas, com seus tipos bacanas. O canalha, o pedófilo. Esses são alguns dos tipos que os Titãs apresentam nas letras do seu 18º álbum de uma carreira de 32 anos: o pesado "Nheengatu".
São as caras feias de um Brasil que vira, mexe mas não muda, e que continua a dar atualidade a músicas como "Desordem", lançada por eles lá se vão 27 anos. "Era uma tradição da música popular brasileira fazer polaroides da realidade", lembra o vocalista e tecladista Sérgio Brito, 54.
"De uns tempos para cá, a coisa ficou muito mais hedonista. É a festa, a balada, o amor. Tudo isso muito programado de forma a se conseguir uma brecha na grande mídia. Nosso disco vai na contramão disso".
Sim, "Nheengatu" (que vem a ser a língua derivada do tupi-guarani que os jesuítas compilaram para se comunicar com as diversas tribos indígenas do Brasil do século XVII) é mais uma reinvenção dos Titãs.
Como foram os discos "Cabeça dinossauro" (a guinada punk, de 1986, que deu sustentação artística ao grupo) e "Titanomaquia" (de 1993, o primeiro depois da saída do vocalista e principal letrista, Arnaldo Antunes).
Do zero
Depois de um álbum frouxo ("Sacos plásticos", de 2009, após o qual o baterista Charles Gavin acabou deixando a banda), os quatro Titãs remanescentes radicalizaram, dispensando músicos de apoio.
O vocalista Paulo Miklos, 55, foi para a guitarra. Branco Mello, 52, também cantor, assumiu o baixo. Um novo baterista (Mario Fabre) foi convocado, e o grupo praticamente recomeçou do zero. Num dos primeiros ensaios da nova formação, Miklos apareceu com um desenho, espécie de manifesto, de como deveriam ser os Titãs daí em diante.
Ele conta que "cada um entendeu aquilo de uma maneira diferente". Mas, conversando, saiu um conceito-consenso. "A partir daí, a gente começou a trabalhar em cima de duas ideias: a de que a gente ia fazer um disco de rock cru e a de que ele deveria ter uma brasilidade explícita - conta Sérgio Britto.
Algumas músicas que surgiram nesse processo, 10 ao todo, foram apresentadas em um show, "Futuras instalações".
Aí, veio o convite para recriar, no Sesc Belenzinho (São Paulo), em 2012, o "Cabeça dinossauro".
Àquela altura, apenas uma das músicas novas tinha passado pela peneira, "Fala, Renata" (que, tinhosa, chegou a "Nheengatu").
O show de "Cabeça" fez um sucesso que ninguém dos Titãs esperava - virou até DVD ao vivo, gravado no Circo Voador. E clareou as ideias dos músicos sobre como se deveria fazer o disco, além de ajudar a afiar a banda. Novas canções foram apresentadas no show "Titãs inédito".
"Ali eu senti que a gente tinha encontrado uma coisa que se fechava", conta Paulo Miklos.
Minorias
"A gente é uma banda de depuração", explica Sérgio Britto, para quem a brasilidade de "Nheengatu" se revela, até mais que no som, nas letras.
"Essa decisão de falar dos párias, das minorias foi algo que se desenhou aos poucos para nós", acrescenta.
Coincidência ou não, o disco chega às lojas com a música de Britto, "Quem são os animais?" ("Te chamam de macaco e inventam teu pecado"), no calor da polêmica racista envolvendo o jogador Daniel Alves na Espanha.
"E se você esperar mais umas duas semanas, vem mais um macaco, um linchamento, bananas. 'Desordem' era uma música nossa que já falava de brigas de torcidas".
"A gente se orgulha de continuar relevante e atual. Ao mesmo tempo, é uma merda pensar como o Brasil há 30 anos ou patina, ou piora", acrescenta o guitarrista Tony Bellotto, 53, que vê como saúde artística a decisão dos Titãs de fazer parcerias com o cartunista Angeli, em "República dos bananas", e o diretor teatral Aderbal Freire-Filho, em "Chegada ao Brasil (Terra à vista)"."Eles têm um humor que a gente não tem".
"Nheengatu" foi a primeira vez que a banda trabalhou com o produtor Rafael Ramos (Pitty, Raimundos, Ultraje a Rigor), que tinha dois anos de idade quando os Titãs foram formados.
"No momento de pensar um produtor a gente cogitou todas as possibilidades", conta Bellotto.
Disco
Nheengatu
Titãs
Som livre
2014, 10 faixas
R$ 24,90

Silvio Essinger
Agência O Globo

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